26.12.04

Fahrenheit 9/11

Eu sei, eu sei, tenho prometido postar minha visão única sobre alguns assuntos, mas que por falta absoluta de tempo tenho deixado para depois.
Porem, hoje tenho de falar sobre este filme intrigante e, principalmente, instigante.
Eu estava para assisti-lo há muito tempo, porem sempre adiando. Aproveitei esse feriado de Natal (do qual nunca fui fã) e fiz o supremo sacrifício de ir até a locadora pegar alguns filmes, quando justamente estou no balcão e chega uma pessoa entregando “Fahrenheit 9/11”!!! Só podia ser o destino ou outra força mística qualquer me forçando a locá-lo. Quase estapeando o dono da locadora que queria a todo custo colocar o DVD na prateleira correspondente para que eu fosse lá pegá-lo (como tem gente ignorante), enfim consegui ter aquele exemplar em minhas mãos.
Cheguei em casa e me despedi do mundo por um tempo indefinido, pois queria apreciar até o ultimo segundo desse documentário. coloquei a plaquinha de “não perturbe” na porta e fechei-me a sete chaves no quarto, passando à sessão de aplausos a Michel Moore.
Fahrenheit 9/11 é o retrato de uma sucessão de incompetências, desmandos, ignorância e desleixo de uma pessoa que detêm o posto de presidente de uma nação poderosíssima. É o desabafo indignado de uma pessoa (Moore) que como todos nós, não se conforma com as atrocidades que o Bushinho comete, mas que foi à luta para mostrar ao mundo todas essas iniqüidades.
Ele é um diretor que não se contenta somente em registrar os fatos, ele próprio é um personagem. Em umas das melhores passagens do filme, Moore aborda congressistas americanos com fichas e folhetos de recrutamento, pedindo que eles inscrevam seus filhos para servir na guerra do Iraque. Simplesmente genial.
Mas ele é realmente magistral em registrar a toupeira que os americanos reelegeram, quando mostra as ações do Bushinho nas primeiras horas da manhã do dia 11/09, ele estava se dirigindo a uma escola para fazer o seu “marquetingue” pessoal, e mesmo com um avião se chocando no maior símbolo fálico da América, ele agia como se nada estivesse acontecendo. As cenas em que ele mostra o desamparo e a falta de ação do Bushinho, sentado em uma sala de aula após alguém lhe informar que o país estava sob ataque, é o melhor retrato da incompetência que se poderia obter.
Afora isso, as relações escusas da família Bush com os Bin Laden são dissecadas sem medo. Moore põe a descoberto algumas das maiores maracutaias do planeta. E depois nós brasileiros é que somos os corruptos de carteirinha!!!
Depois de algumas horas, o que só ressoava em minha cabeça era: Como um país pôde reeleger um idiota desses, como alguém em sã consciência pode acreditar nas mentiras deslavadas desse grupelho que está no poder??? Como, mesmo após um documentário tão revelador e, porque não dizer assustador, alguém pode votar no Bushinho?
Sempre achei que a falta de educação e preparo do povo era o maior inimigo da democracia, pois leva os necessitados a votar em quem promete mais, ao invés de pesar as promessas com a realidade. Mas depois da reeleição do Bushinho, entendi que a ignorância não é um “privilégio” dos analfabetos, é um sintoma da falência da verdade, da realidade; A mentira impera e campeia por toda à parte, tendo nos EUA seu maior campo de atuação.
“Cada povo tem o governo que merece”.
Essa frase nunca foi mais verdadeira, infelizmente.
"Aonde não há voz, ali o Cavaleiro Templário deve levar a sua"
Nome:
Local: Porto Alegre, Brazil

Acadêmico de Direito

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